Como o designer pode utilizar os conhecimentos das capacidades humanas para favorecer a boa interação com produtos e serviços?
O estudo das capacidades sensórias, cognitivas e motoras auxiliam o designer de interação a desenvolver produtos e serviços direcionados adequadamente às condições e a satisfação dos usuários, no que diz respeito às suas percepções, aos seus pensamentos e às suas ações. Em especial, as capacidades humanas sensoriais (tato, olfato, paladar, audição e visão), ou seja, as percepções dos usuários, devem ser levadas em consideração, dentro de um ambiente específico, para se chegar à construção de um bom produto.
Como os órgãos dos sentidos podem ser estimulados para INICIAR um processo de interação?
Em um processo de interação os órgãos dos sentidos podem ser estimulados para ativar a memória cognitiva do “usuário” de forma que ele lembre de um determinado objeto, ação ou emoção anterior e os associe a esta nova experiência.
Um exemplo é o som do motor das motos Harley Davidson, que é patenteado e é único no mundo. Ao ouvir este som, um motoqueiro – mesmo sem ver a moto – conseguirá identificar e lembrar do produto e, assim, iniciará um processo de interação com o objeto lembrando de toda sua experiência com a marca Harley Davidson. Depois, utilizando-se da visão, tato e outros sentidos, o usuário (motoqueiro) amplia esta interação.
Outros exemplos de sons únicos são os que se ouvem quando se liga um Macintosh ou um PC com Windows.
O processo de interação também pode ser estimulado pelo olfato, como o caso do cheiro de um carro novo ou de uma loja como a Osklen e a Melissa. Esses aromas incitam o provável consumidor a interagir com um ou mais produtos, enriquecendo assim, a experiência da compra.
Quais as implicações das capacidades sensoriais para o design de interação?
O profissional de Design de Interação deve sempre levar em conta os fatores tangíveis e intangíveis de um produto. O ser humano percebe um produto e/ou serviço das maneiras mais diversas. A forma como ele interage com os mesmos deve ser analisada pelo designer de interação, de modo que seja avaliado o contexto físico e psicológico do produto e suas implicações para o usuário em relação ao sistema e ao ambiente onde ocorre a interação.
Não se deve ignorar as capacidades cognitivas humanas, pois, além do processo de interação ser centrado nelas e em seu contexto, as ações e reaçoes humanas são feedbacks que direcionam o processo onde se pensa em um produto de forma racional, dando respaldo às decisões que implicarão na composição de um produto e serviço.
Esta questão foi levantada em um trabalho proposto pela Denise Eler na pós de Design de Interação na PUC-MG. As respostas foram escritas por mim e pelo meu grupo: Mariano, Sílvia, Cláudia e Robson.
